Você taurina malícia
nasce tesão,
no sangue paixão,
no corpo desejo,
nos lábios frementes beijos.
Teimosia tem de sobra,
é sorrateira igual cobra,
ama, sofre, conquista
bens, amores e dissabores.
Tenta driblar o destino
fazendo da vida malabarismo,
vendendo sonhos e quimeras.
Na tua louca cabeça nem passa
que o tempo corre igual fumaça
e te deixa agarrada à semente
da família que se despedaça
igual jarro de barro barato,
e te deixa morta de cansaço,
juntando os pedaços no regaço.
Pensa da verdade ser dona,
e luta com espada de aço,
igual Quixote de saias
derrubando moinhos de glória,
e construindo cabanas de mentiras,
que um vento mais forte que sopra
as leva de roldão na poeira
e lhe deixa na rabeira.
Poema tirado do livro, Poemas Astrológicos -Filomena Novi
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